O que aprendi com Mario Sergio Cortella?

No dia 20 de setembro de 2016 eu tive uma grande oportunidade, quando digo grande é por que foi mesmo, de ouvir um dos nomes mais referenciados do saber contemporâneo, mestre formado pela PUC, paranaense, de pé vermelho com orgulho, filósofo e professor a mais de 40 anos, me refiro a Mario Sergio Cortella.

O evento foi organizado com maestria pela Associação Pool Design, que tem por objetivo alavancar o mercado de arquitetura, decoração e construção, na região leste da capital paulista. A palestra aconteceu para empresários e profissionais do ramo, no espaço Grenah que fica no bairro do Tatuapé.

O grande professor Cortella, que teve inspiração na maior figura acadêmica da história brasileira, Paulo Freire, abordou e teve como tema de sua palestra “A emergência de múltiplos paradigmas: novos tempos, novas atitudes. ” E já de início, parafraseando Guimarães Rosa, diz:

“ É junto dos bão, que a gente fica mió! “

Isso para demonstrar como seria o tom da palestra, realçar as competências individuais utilizando a inteligência coletiva e principalmente o desejo comum de superação. As frases proferidas pelo professor Cortella tiveram um foco: demonstrar a importância de adaptação e entendimento que estamos em tempos diferentes, o simples fato de comunicar-se com outras pessoas já não acontece da mesma forma, imagine então as relações comerciais ou até mesmo a relação familiar, por isso, estar apto e aberto a novos conhecimentos, aprendizados e comportamentos é indispensável.

Um dos pontos que me fizeram refletir sobre o significado de um novo tempo, foi quando ele citou a morte de um super ídolo nacional, Ayrton Senna. Senna faleceu em maio de 1994, neste ano, tinha eu 8 anos (uma criança) mas já via o quanto o Brasil pulsava e admira aquele piloto de formula 1, em especial, no dia de seu falecimento, a comoção nacional foi imensa. Sobrepondo-se a isso, um jovem de 20 anos, hoje, tem Ayrton Senna como uma figura de livros, é história, uma lenda. Como realçou Cortella, a importância de cada coisa, dependerá da sua relação com ela.

Você já parou para pensar em quais são seus paradigmas?

Os paradigmas são ecos da nossa subconsciência que nos fazem agir sempre da mesma forma, criando padrões. E que sob certas ocasiões manter um padrão nem sempre lhe será favorável. Observe esta citação, de Einstein, feita por Cortella:

“ Insanidade é fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. ”

Veja bem, fazer tudo igual sempre não lhe renderá oportunidades de agregar novos conhecimentos, adquirir novas capacidades, é como fechar as portas para o novo. É importante que se tenha uma atitude proativa, libertadora, que te permita renovar suas ideias, conceitos e quem sabe criar novos padrões.

A fatores em nossas vidas que nos limitam, mal sabemos ou vemos, mas eles estão lá para influenciar nossas ações, nossas atitudes, desejos, enfim, nos enquadrar em um padrão comum de comportamento.

Ao falar sobre como somos moldados pelo universo que estamos inseridos, o professor Cortella ressaltou:

“ Um adversário burro, te emburrece. Um concorrente fraco, te enfraquece. ”

Se estamos inseridos num meio que nos nivelará por baixo, mal saberemos disso! E isso será nossa realidade a perdurar pela vida, a menos que estejamos dispostos a nos revelar para novas possibilidades. Um agravante é acreditar que tudo continuará como está hoje! Isso é ignorância de nossa parte, imaginar que tudo se manterá igual, intacto. Para definir isso, o prof Cortella, resumiu:

“ Não há lugar marcado no futuro! “

Quantas empresas grandes você conheceu que já não existem mais? Pois é, reflita na citação acima.

Hoje, estamos num momento de transição política, que acirra os ânimos. E continuamos a procura por regular, estabilizar uma economia doente e recessiva. Esse medo que paira sobre todos nós, que cria uma névoa e enche as cabeças de incertezas é potencialmente perigoso e igualmente oportunista. Ao mesmo tempo que muitas empresas e pessoas se reinventam e descobrem capacidades empreendedoras, quando obrigadas a repensar seu sustento, criando soluções inovadoras para garantir a permanência e até a solidez financeira e pessoal. Outras já estão se afundando em depressões, estão a mercê, sem expectativa, vendo apenas a baixa dos gráficos e esperando o milagre econômico que lhe trarão de volta a vida.

“ Duas coisas perigosas: cautela imobilizadora e ímpeto inconsequente! “

A citação do professor Mario Sergio Cortella refere-se exatamente as múltiplas facetas que um momento como este acabam por gerar. Não aguarde um naufrágio e nem saia “atirando” para todos os lados, é importante estar preparado, ou melhor, se preparar. Planejar, organizar e agir, isso é uma composição substancial para aquele que deseja obter e alcançar o sucesso. Nunca se proponha a algo que você não conhece, a agir quando não se está pronto.

“ A coisa mais perigosa que existe é um incompetente com atitude! “

A humildade foi destacada nas palavras do prof Cortella, já que para incorporar novos conhecimentos e estar aberto a novas possibilidades, você precisa primeiro reconhecer que não é autossuficiente, que é pequeno, que precisa de renovação constante, e isto te tornará grande.

“ Na vida é preciso ter raízes e não ancoras. “

A frase acima ilustra muito bem, como é importante saber de onde partimos e onde queremos chegar. A ancora serve para fixar, manter grudado ao chão e não permite que você saia, cresça, evolua. Já as raízes são a sua origem, onde você frutificou, o início, mas você pode enfim, crescer e evoluir, sem se esquecer de onde veio e olhar para trás com orgulho.

E para finalizar uma lição de vida extremamente importante deixada pelo professor Mario Sergio Cortella:

“ Não há problema em ser idoso, mas não seja velho. Ser velho é ter perdido a capacidade de aprender e adquirir conhecimento, somente porque lhe falta disposição para o novo e não a desejo por agregar novas experiências. “

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Até a próxima!

Thiago Xavier